segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Literacia da Informação

 MODELOS DE PESQUISA

 




Complexidade, mutabilidade, imprevisibilidade, adaptabilidade, criatividade, proliferação de fontes e suportes de informação, saturação informativa – eis, em síntese, alguns dos traços mais relevantes da sociedade contemporânea que conduzem os teorizadores da cultura a falar em mudança de paradigma sociocultural e educacional. Na condição atual, marcada pelo ritmo acelerado da evolução do conhecimento científico e tecnológico, pela omnipresença do digital e pelo uso massificado das TIC, Salvador é o último português que resiste entrar na era digital.[1] 

As transformações operadas na / pela World Wide Web, mais precisamente pela Web 2.0, para além de terem dotado o utilizador do duplo estatuto de produtor e consumidor da informação, permitiram-lhe aceder a múltiplas formas de texto, com som, imagens e vídeo (fomentando a criatividade, a interatividade e a conetividade em ambiente digital com recurso aos multimédia), e comunicar em tempo real com (quase) todos os lugares do mundo.[2] Aliás, as novas ferramentas 2.0 - Wiki, Youtube, Podcasts, Twitter, Facebook, Moodle, Blogue, LinkedIn, Ning, Del.icio.us, Wikipedia, Google pages, serviços online,.. - provocaram alterações muito significativas no acesso, uso e partilha da informação, democratizando todos estes processos. Hoje em dia, o utilizador tem ao seu dispor múltiplas ferramentas/aplicativos que lhe permitem não só apropriar-se da informação e do conhecimento de múltiplas formas, como também criar e editar páginas, que fácil e gratuitamente pode colocar online.

Ora, é precisamente neste contexto marcado pela produção, a um ritmo acelerado, da informação e do conhecimento científico e tecnológico, que  novas exigências se colocam à escola e, em particular, às bibliotecas escolares/BEs (enquanto centros de recursos educativos e locais privilegiados da transformação da informação em conhecimento). Para além de ajudarem a "formar pessoas capazes de acompanhar a mudança", as BEs devem "criar e desenvolver nos alunos competências de informação, contribuindo assim para que os cidadãos se tornem mais conscientes, informados e participantes, e para o desenvolvimento da sociedade no seu conjunto."[3].

Transformar a informação em conhecimento não é fácil. Aliás, essa tarefa será, segundo Ross Todd, "potencialmente, a tarefa mais complexa, desafiadora e gratificante de todos os educadores."[4]. Não temendo a complexidade, a nossa escola aceitou o desafio e, neste momento, está em curso o processo de discussão/reflexão para a escolha do modelo de pesquisa a adotar. Coube à nossa Biblioteca (recém-integrada na RBE) promover essa discussão, apresentando diversos modelos de pesquisa em reuniões de Departamento/Grupos disciplinares e disponibilizando materiais de apoio na sua página web - http://biblioteca.esccbvr.pt/ 

Está, assim, dado o primeiro passo para uma intervenção concertada do corpo docente da nossa escola na aprendizagem das competências de informação.
Adelaide Jordão (PB)






[1] Referimo-nos à campanha da Optimus protagonizada pelo humorista de stand-up comedy Salvador Martinha, que foi concebida num registo de mockumentary que explora o estranho caso do único cidadão nacional que resiste a ter telemóvel.

[2] O termo Web 2.0 não designa uma nova Web, mas sim uma nova fase da Internet, desenvolvida por volta de 2004, quando as ferramentas ou aplicativos inseridos na rede vieram permitir a interação e a colaboração. O termo foi usado por O‘ Reilly nesta data, numa conferência no Media Live International.
[3]   Isabel Veiga et al. (coord.). Lançar a Rede de Bibliotecas Escolares – Relatório Síntese. Lisboa: Ministério da Educação – Rede de Bibliotecas Escolares. 2001, p. 7.
[4] Ross Todd (2011). O que queremos para o futuro das bibliotecas escolares. Lisboa: Biblioteca RBE, nº1, p. 6.

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