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Para celebrar o dia do nascimento de Luís de Camões, 23 de janeiro, a Biblioteca da ES Camilo Castelo Branco preparou um conjunto de atividades, em articulação com docentes, alunos e famílias.
Neste dia, o intervalo maior da manhã converteu-se em INTERVALO CULTURAL.
A abrir a sessão, David Correia, do 12º D, assumiu o papel de Luis Vaz de Camões e apresentou-se:
📡 Reproduzimos aqui o texto lido pelo David, produzido pela Biblioteca escolar.
Eu, Luís Vaz de Camões, apresento-me
Sou Luís Vaz de Camões, filho da pátria que “entre todas as nações foi escolhida, / para dar novos mundos ao mundo”. Sobre a minha infância tudo é conjetura, mas, ainda jovem, recebi uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim e conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Fui moldado pelas ondas do Tejo e pelos ventos que sopram da alma lusitana.
Na mocidade, o mundo chamou-me e a poesia respondeu:
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades."
Do amor, fiz a minha lira. Em lágrimas de saudade, banhei versos dedicados a quem o coração nunca esquece. Àqueles que buscam entender o que é amar, digo:
"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer."
Das batalhas e viagens, extraí o sal da experiência, cruzando mares “nunca antes
navegados” encontrei a grandeza e a perdição. Tornei-me testemunha do heroísmo dos meus, eternizado n’ Os Lusíadas, onde se ouve o brado do povo português que cantando espalhei por toda a parte, porque a tanto me ajudaram o engenho e a arte.
Mas não me iludo com as promessas deste mundo. Da glória, sei que é breve, da
fortuna, sei que é ingrata. Já as vi jogarem com os caminhos dos homens, pois:
A firmeza, nascida de ventura,
Muda-se em fim na inconstância dela;
Dá no começo à gente graça e estrela,
E no fim desengano e desventura."
Aqui me apresento: Luís Vaz de Camões, poeta das lágrimas e dos mares, cuja pena escreve o que o espírito sente e o mundo esquece. E para vós, que me ouvis e me ledes, deixo como eterno testemunho o feito maior de uma pátria de heróis e navegantes:
“Que da ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana"
Que os meus versos sejam farol nas noites escuras e âncora na memória de um povo que ousou dar novos mundos ao mundo.
Camões 500
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