'E como eliminar as microagressões do quotidiano'
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'No Dia Nacional da Consciência Negra, que se assinala no Brasil no dia 20 de novembro (2021), a Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA publicou o Dicionário de expressões (anti) racistas, disponível na Internet.
Da autoria de Eva Rodrigues, coordenadora Especializada de Direitos Humanos da Defensoria, com a colaboração de Jade Andrade e Davini Ramos, a obra reúne, ao longo de cerca de 20 páginas, diversas expressões comummente proferidas, intencionalmente ou não, e que são fruto de uma construção racista. A cada uma delas junta-se a devida alternativas sem essa conotação negativa.
É o caso da expressão «a coisa "tá" preta» – associação entre preto e uma situação desconfortável, desagradável, perigosa, negativa –, que corresponde a «a situação está difícil, complicada». Ou quando se diz «cor de pele» – termo que designa a cor bege/rosado, associado à pele de pessoas brancas –, a opção sugerida é «tom/cor bege, rosa claro». Ou, ainda, «ovelha negra» – expressão pela qual se associa o negro a algo mau, ruim –, facilmente substituível por «pessoa ruim». Já quanto a «pé na cozinha/senzala» – locução que provém do período da escravatura, quando o único lugar permitido às escravas era a cozinha onde trabalhavam –, não se sugere qualquer alternativa, mas aconselha-se, sim, a não usar esta expressão em circunstância nenhuma.
O racismo revela-se das mais diferentes formas na sociedade e, por essa razão, trabalhos como este são importantes. Apelar ao desuso de certas expressões, sugerindo alternativas e explicando a razão da sua conotação negativa, é um passo para consciencializar quem não sofre na pele o racismo e combater este problema.
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