Nós, os jovens do mundo,
reconhecemos que o mundo atravessa, hoje, crises diversas e tumultuosas. Com a sucessão de crises a nível global, a educação é a nossa principal fonte de esperança e de soluções, em nome da sobrevivência e para prosperarmos em paz e igualdade. Para recuperar e transformar o estado do mundo, temos primeiro de transformar o estado da educação.
Durante muito tempo, fomos excluídos, ou incluídos apenas de forma simbólica, nos processos políticos e de tomada de decisão que afetam as nossas vidas, os nossos meios de subsistência e o nosso futuro. Para transformar a educação, apelamos a que as nossas vozes sejam ouvidas, as nossas experiências valorizadas, as nossas exigências atendidas, e os nossos esforços, liderança e capacidade de intervenção sejam reconhecidos. Não pretendemos alcançar estes objetivos como beneficiários passivos, mas como parceiros e colaboradores em cada etapa do processo.
Não estamos à espera de um convite para transformar a educação. Na verdade, estamos na vanguarda da mudança – somos pioneiros na área da inovação, mobilizamos os nossos pares e comunidades, defendemos a educação universal e de qualidade, e trabalhamos, incansavelmente, no terreno, para transformar a educação.
Sublinhamos a nossa responsabilidade coletiva, o nosso dever e a oportunidade de criar um sistema educativo totalmente acessível e inclusivo, centrado nas necessidades das raparigas e das jovens mulheres, refugiados, pessoas com deficiência, pessoas LGBTIQ+, pessoas que por causa da sua cor de pele sejam vítimas de discriminação, os povos indígenas, e outros grupos em situação de maior vulnerabilidade, tendo em conta a interseccionalidade destas identidades. Sublinhamos, igualmente, a importância de promover a solidariedade intergeracional, o diálogo, e a parceria neste processo.
Com esta Declaração da Juventude, a primeira do género, nós, os jovens do mundo, apresentamos a nossa visão para transformar a educação. Esta é resultante de um inquérito global, consultas e encontros entre mais de meio milhão de jovens, de mais de 170 países do mundo, tendo criado uma visão comum que deverá ser divulgada e posta em prática com caráter de urgência.
Esta Declaração baseia-se e está conformidade com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, em particular com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4. Apoia-se nos objetivos e princípios consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Carta das Nações Unidas, enfatizando que a educação é um direito humano fundamental, um bem público global, e uma responsabilidade pública. Assenta, também, na Nossa Agenda Comum, na Convenção sobre os Direitos da Criança, na Estratégia das Nações Unidas para a Juventude (Youth 2030), e noutros documentos fundamentais.
Para alcançar estes objetivos, afirmamos a necessidade de se adotar uma abordagem interseccional, intersectorial e transversal, baseada nos princípios dos direitos humanos, do desenvolvimento sustentável, da igualdade de género, da justiça climática, da inclusão, da equidade, da igualdade e da solidariedade, em todas as ações destinadas a transformar a educação e os seus sistemas aos níveis global, regional, nacional, local e comunitário.
Pode ler aqui o texto integral da Declaração.
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