José António Moreira, Sara Dias-Trindade, Maria Aparecida Knuppel e lka Serra.
Quadro de Referência das Competências Pedagógico-Digitais de Professores
PEDAGOGICAL DIGCOMPEDU RELOADED, 1ª Edição, Santo Tirso, julho de 2024
Professores e estudantes precisam adaptar-se aos novos espaços e tempos da educação e aprender a incorporar o digital e o virtual nas suas práticas. A integração do digital não pode implicar apenas a reprodução de práticas conservadoras para ambientes virtuais emergentes. Pelo contrário, esta integração deve perspetivar a integração de metodologias inovadoras que se desenvolvem em cenários aprendizagem ubíquos, naturais, construídos ou virtuais através de dispositivos móveis, conectados a redes de comunicação sem fi os, sensores e mecanismos de geolocalização, permitindo formar redes virtuais entre pessoas, objetos e situações.
Os professores enfrentam, assim, um desafio acrescido: devem ser capazes de incorporar o digital nas suas práticas de forma crítica, refletida e com intencionalidade pedagógica. Recentemente, a Comissão Europeia lançou uma iniciativa, o Plano de Ação para a Educação Digital (2021-2027) (European Comission, 2020), para dar resposta aos desafios que os sistemas educativos europeus enfrentam, que define duas prioridades estratégicas: a) promover o desenvolvimento de um ecossistema de educação digital altamente eficaz; e b) reforçar as competências e aptidões digitais para a transformação digital.
Os professores enfrentam, assim, um desafio acrescido: devem ser capazes de incorporar o digital nas suas práticas de forma crítica, refletida e com intencionalidade pedagógica. Recentemente, a Comissão Europeia lançou uma iniciativa, o Plano de Ação para a Educação Digital (2021-2027) (European Comission, 2020), para dar resposta aos desafios que os sistemas educativos europeus enfrentam, que define duas prioridades estratégicas: a) promover o desenvolvimento de um ecossistema de educação digital altamente eficaz; e b) reforçar as competências e aptidões digitais para a transformação digital.
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Assumindo, pois, que o reforço das competências digitais dos professores de todos os níveis de ensino é uma prioridade política e social internacional, que ganhou ainda maior relevância durante o último ano, fortemente marcado por uma nova geração de Inteligência Artificial (IA), apresentamos neste documento um Quadro de Referência das Competências Pedagógico-Digitais de Professores designado de Pedagogical DigCompEdu Reloaded (PED_DIGCOMPEDU_RED24), baseado nas quatro áreas da dimensão pedagógica do Quadro Europeu de Competência Digital para Educadores (DigCompEdu) desenvolvido, em 2017, pelo Serviço de Ciência e Conhecimento da Comissão Europeia (EU Science Hub). Tendo em consideração os recentes desenvolvimentos relacionados com a emergência das tecnologias cognitivas de IA e das tecnologias imersivas, e da ausência na versão original do DigCompEdu de competências pedagógico-digitais relacionadas com a educação aberta e online, desenvolvemos um quadro de referência (framework) e um questionário de autoavaliação de competências digitais docentes com uma maior amplitude de competências nas quatro áreas da dimensão pedagógica do DigCompEdu integrando competências relacionadas, quer com os paradigmas da Educação Aberta e da Educação Digital em Rede, quer com a emergência da Inteligência Artificial Generativa em contexto educativo.
Este movimento de abertura na educação é muito importante estar integrado no quadro de referência do Pedagogical DigCompEdu Reloaded, porque visa, por um lado, facilitar o acesso aberto ao conhecimento e à educação e incentivar a colaboração entre instituições de ensino, promovendo a partilha de recursos educativos abertos e, por outro lado, porque se foca na promoção de práticas pedagógicas inovadoras, incluindo o uso de tecnologias digitais e métodos de ensino mais eficazes.
Este movimento de abertura na educação é muito importante estar integrado no quadro de referência do Pedagogical DigCompEdu Reloaded, porque visa, por um lado, facilitar o acesso aberto ao conhecimento e à educação e incentivar a colaboração entre instituições de ensino, promovendo a partilha de recursos educativos abertos e, por outro lado, porque se foca na promoção de práticas pedagógicas inovadoras, incluindo o uso de tecnologias digitais e métodos de ensino mais eficazes.
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Finalmente, e tendo em consideração a emergência da nova geração de Inteligência Artificial Generativa, torna-se fundamental avaliar, também, as competências dos professores relativamente à utilização e incorporação da IA nos processos de ensino e aprendizagem. De acordo com a definição proposta, recentemente, pela UNICEF, a IA apresenta-se como um agregado de “sistemas baseados em máquinas que podem, tendo em conta um conjunto de objetivos definidos pelo ser humano, fazer previsões, recomendações ou tomar decisões que influenciem ambientes reais ou virtuais” (2021, p. 6), sistemas esses que interagem com o ser humano e com o seu meio ambiente, tanto de forma direta
como indireta.
É por isso mesmo que, quando se pensa em tecnologias de IA, é necessário entendê-las como tendo o potencial de se tornarem “parceiros” na criação de cenários de ensino e de aprendizagem (Bekiaridis, 2024), desde que para tal professores e estudantes as saibam integrar enquanto atores não humanos que podem contribuir para a criação de novas abordagens pedagógicas ou para melhorar os processos de construção de conhecimento. Compreende-se, deste modo, que a IA tem o potencial não só para modificar os atuais processos educativos, como também para modificar a própria maneira de pensar os objetivos desses mesmos processos educativos (Tuomi, 2024). E esse é, claramente, um dos grandes desafios educativos desta década. E por isso consideramos que é fundamental integrar a IA nas diferentes áreas relacionadas com as competências pedagógico-digitais neste renovado referencial: o Pedagogical DigCompEdu Reloaded.
como indireta.
É por isso mesmo que, quando se pensa em tecnologias de IA, é necessário entendê-las como tendo o potencial de se tornarem “parceiros” na criação de cenários de ensino e de aprendizagem (Bekiaridis, 2024), desde que para tal professores e estudantes as saibam integrar enquanto atores não humanos que podem contribuir para a criação de novas abordagens pedagógicas ou para melhorar os processos de construção de conhecimento. Compreende-se, deste modo, que a IA tem o potencial não só para modificar os atuais processos educativos, como também para modificar a própria maneira de pensar os objetivos desses mesmos processos educativos (Tuomi, 2024). E esse é, claramente, um dos grandes desafios educativos desta década. E por isso consideramos que é fundamental integrar a IA nas diferentes áreas relacionadas com as competências pedagógico-digitais neste renovado referencial: o Pedagogical DigCompEdu Reloaded.
Introdução
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