sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

O rosto do Mal | Oradour-sur-Glane 1944





 https://drive.google.com/open?id=1dIs3K67lSGu4wl6hnZP6RMJcHQM5S18H
Fazer duplo clic para aceder ao power point


II Guerra Mundial, 1944. A divisão SS "Das Reich" caminha para a frente aberta no norte de França, na Normandia. Na véspera, esta divisão tinha ficado em Tulle. Aí, ela deportou 149 pessoas e enforcou 99 nas varandas da cidade. Em Oradour, a sua extrema violência vai dar a conhecer o rosto do MAL.



quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Maratona de cartas | 1TAS




A Maratona de Cartas continua... 

Hoje, foi a vez do 1º TAS passar pela Biblioteca para participar na iniciativa da Amnistia Internacional.










Reflexão sobre a desertificação humana










“Sítio” é um espectáculo de teatro físico, sem texto, com recurso à manipulação de objetos e à expressividade do corpo através do uso da máscara larvar*, que conta a história de um casal de idosos que vive numa aldeia no interior de Portugal e recebe um postal anunciando o nascimento do seu neto. Os dois decidem juntar numa encomenda algumas prendas para enviar para o neto, que está no estrangeiro, e partem numa longa caminhada.

*A máscara larvar é uma adaptação da máscara do carnaval da Basileia feita pelo pedagogo Jacques Lecoq nos anos sessenta. São máscaras grandes e simples que ainda não conseguiram definir-se com um verdadeiro rosto humano. São seres que ainda não estão totalmente formados ou que já estão a perder os seus traços, a retornar a um estado larvar. As máscaras vestem-se com roupa do cotidiano e fazem face a situações realistas, que por sua vez são transpostas ao nível da máscara.


Criação e interpretação: André Louro e Catarina Santana
Máscaras e espaço cénico: António Jorge
Apoio artístico: Sílvia Brito e Caroline Bergeron 
Desenho de luz: Mafalda Oliveira 
Figurinos: Maria Ribeiro 
Uma co-produção: Companhia da Chanca e Razões Poéticas




Teaser do espectáculo teatral




Podes ver este espectáculo gratuitamente, no dia 21 de fevereiro, às 14:30, no pequeno auditório do teatro de Vila Real. Duração: 50 minutos.




quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Vamos dar voz às palavras!




Dia mundial da leitura em voz alta



Imagem de Cindy Derby


No dia 1 de fevereiro celebra-se o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta.
Na semana de 27 de janeiro a 1 de fevereiro, desafiamos todos os professores e alunos a juntarem-se a esta celebração realizando atividades de leitura em voz alta, que serão divulgadas no Padlet da Biblioteca.


QR code for this padlet
Padlet Leituras em voz alta


Boas Leituras!



Mensagem | O Quinto Império





 http://ensina.rtp.pt/artigo/mensagem-a-profecia-de-fernando-pessoa/?utm_term=Conheca+no+Ensina+a+Mensagem+de+Fernando+Pessoa%2C+a+crise+de+1383-1385+e+o+que+e+o+Dia+da+Defesa+Nacional&utm_campaign=RTP+Newsletters&utm_source=e-goi&utm_medium=email



A visão pessoana de um Quinto Império nasce nos versos desta obra, épica, metafórica e profética. A Mensagem é o sonho de Portugal. «Sou um nacionalista místico, um sebastianista racional», escreveu o poeta sobre o único livro de poemas em português publicado a 1 de dezembro de 1934, um ano antes da sua morte.


Nos 44 poemas da Mensagem contam-se séculos de história, das glórias e não glórias que Portugal viveu. Fernando Pessoa contempla o passado dos heróis e dos mitos, de Ulisses, de Viriato, do Infante D. Henrique, de Nuno Álvares Pereira e do desejado D. Sebastião.

O poeta encontra no «pequeno povo» das Descobertas, «a grande Raça que partirá em busca de uma Índia nova», não para conquistar apenas um Império terreno mas para cumprir o desígnio divino de um Império da Cristandade, o Quinto Império.

Tal como Camões fizera, quatrocentos anos antes, o poeta olha para a grandeza das viagens marítimas como um incitamento para o sonho: ”É a Hora!”, escreve no último verso.

Coletânea de poesias escritas em épocas diferentes, a Mensagem de Pessoa divide-se em três partes: Brasão, Mar Português e O Encoberto. Fica aqui um resumo feito pelo escritor Miguel Real.



Fernando Pessoa e a ideia de um Quinto Império



Entrevista com Richard Zenith, autor da fotobiografia de Pessoa



 http://ensina.rtp.pt/artigo/fernando-pessoa-e-a-ideia-de-um-quinto-imperio/




A relação de Fernando Pessoa com a República e o Estado Novo. Richard Zenith, escritor e tradutor de Pessoa, põe ênfase no relacionamento do poeta com a política e a ideia de um Quinto Império, comandado pela cultura.



Ideias para usar códigos QR na sala de aula





QR Codes





Salvador Dalí em três anúncios de televisão










Há alguns anos, um escritor do Publisher's Weekly disse: "O mergulho de cisne de Salvador Dalí, do visionário surrealista à auto-paródia patética, certamente constitui um dos grandes estudos de caso deste século em suicídio profissional".

Justo. Mas Salvador Dalí a fazer o mergulho de cisne é uma coisa divertida de assistir, como o demonstram estes três anúncios de televisão dos seus últimos anos. O artista apareceu em anúncios de TV para vários clientes, incluindo Lanvin Chocolates, Alka-Seltzer e Veterano.



Abra um livro!








Biblioteca | 9 livros sobre o nazismo e o holocausto




#WeRebember

Livros que podes ler na Biblioteca ou requisitar para leitura domiciliária










domingo, 26 de janeiro de 2020

(Im)Perfeição





Faça o melhor que puder até saber melhor. 
Então, quando souber melhor, faça melhor. 
- Maya Angelou






Imagem



sábado, 25 de janeiro de 2020

O Holocausto em 1ª pessoa



"Aquele fumo é a sua família"






A libertação de Auschwitz por tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945 completa 75 anos. Andor Stern é o único brasileiro nato a sobreviver ao campo de concentração que se tornou símbolo da "Solução Final da Questão Judaica", de Adolf Hitler. 

Neste documentário da BBC News Brasil, Andor Stern relata os momentos trágicos que enfrentou principalmente no último ano da Segunda Guerra Mundial quando foi deportado com a sua família para o campo. Viu a sua mãe e outros parentes serem levados para a câmara de gás do infame campo e só foi poupado para ser usado no trabalho escravo a que os prisioneiros eram submetidos. Compartilha também a sua visão de mundo repleta de sabedoria e gratidão pelas coisas simples da vida.



Educação para o Holocausto











A educação é fundamental na luta contra a ignorância e a desinformação - especificamente a negação e distorção do Holocausto. Através do sítio www.AboutHolocaust.org, um novo recurso on-line abrangente criado pelo Congresso Judaico Mundial em parceria com a UNESCO, são partilhados factos incontestáveis ​​sobre o Holocausto com pessoas de todo o mundo.




 http://aboutholocaust.org/
Faça duplo clic na imagem para aceder ao sítio



É preciso lembrar!




#WeRemember

4ª Campanha para o Dia Internacional da Lembrança das Vítimas do Holocausto, em 27 de janeiro de 2020.










A campanha deste ano chega num momento particularmente importante - o anti-semitismo está a aumentar e os níveis de conhecimento sobre o tema O Holocausto está em declínio. Por exemplo, 66% dos adultos americanos não sabem o que foi Auschwitz e 45% dos adultos não são capazes de nomear um campo de concentração ou gueto. Isso representa uma chocante falta de conhecimento.

É provável que esse problema piore. A cada ano que passa, o número de sobreviventes do Holocausto que resta para testemunhar diminui. Dentro de algumas décadas, não haverá nenhum sobrevivente. Cabe a todos nós ajudar a preservar sua memória e honrar aqueles que pereceram.

Para resolver esse problema, o foco da campanha #WeRemember deste ano será a educação para o Holocausto

Os participantes em anteriores campanhas incluíram organizações, autoridades eleitas, celebridades e líderes religiosos de todo o mundo, como o Papa Francisco, o Secretário Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, UNESCO, o Chelsea Football Club, o Borussia Dortmund, Robert Kraft, a atriz Gal Gadot, o Primeiro Ministro britânico Boris Johnson, o presidente israelita Reuven Rivlin e muitos outros.

Para saber mais sobre a campanha, visite wjc.org/weremember.


Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto




#WeRemember
27 de janeiro de 2020




Imagem: trabalho de um aluno da Camilo



Todos os anos, em 27 de janeiro, a UNESCO presta homenagem à memória das vítimas do Holocausto e reafirma o seu compromisso inabalável de combater o anti-semitismo, o racismo e outras formas de intolerância que podem levar à violência direcionada ao grupo. A data marca o aniversário da libertação da concentração nazista e Extermínio de Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945. Foi oficialmente proclamada, em novembro de 2005, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

O Holocausto afetou profundamente os países em que os crimes nazistas foram perpetrados, mas também teve implicações e consequências universais em muitas outras partes do mundo. Os Estados Membros partilham a responsabilidade coletiva de abordar o trauma residual, manter políticas eficazes de lembrança, cuidar de locais históricos e promover educação, documentação e pesquisa, sete décadas após o genocídio. Essa responsabilidade implica educar sobre as causas, consequências e dinâmicas de tais crimes, a fim de fortalecer a resiliência dos jovens contra as ideologias do ódio. Como os crimes de genocídio e atrocidade continuam a ocorrer em várias regiões, e como estamos a testemunhar um aumento global do anti-semitismo e de discursos odiosos, isso nunca foi tão relevante.



Habilidades da educação mediática | Infográfico interativo




Explore as habilidades e os objetivos de aprendizagem da educação mediática no gráfico abaixo. As habilidades estão alinhadas com o Perfil e tratam o tema como componente transdisciplinar.

A educação mediática é o conjunto de habilidades para Aceder, Analisar, Criar e Participar de maneira crítica do ambiente informacional e mediático em todos os seus formatos, dos impressos aos digitais, como requisito fundamental para a formação do cidadão e para o fortalecimento da democracia.











Cada dia, a cada um, a liberdade e o reino



Exposição "Árvore da poesia"
Janeiro 2020









Celebrar Sophia.

Tendo em vista a montagem de uma exposição de textos de Sophia, os alunos do 9º B, 9º I e 12º G selecionaram poemas da escritora, a partir da pesquisa na net, e transcreveram-nos à mão. 



A Forma Justa

Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo

Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo

Sophia de Mello Breyner Andresen, in O Nome das Coisas



















Novidades na Biblioteca



Recentes aquisições







IBRAHIM, Patience, HOFFMANN, C. Hoffmann (2017). Filha das trevas. Lisboa: ASA.

CARMO, Isabel (2015). Histórias que as mulheres contam. Lisboa: Dom Quixote.

MIKHAIL, Dunya (2019). O homem que salvava mulheres. Lisboa: ASA.

NAPOLI, Antonella (2015). Condenada à morte. Lisboa: ASA.

EUN-MI, Han (2017). Ainda estou viva. Lisboa: ASA.

DUGARD, Jaycee ( 2012). Vida roubada. Lisboa: ASA.




👉SINOPSES

Filha das trevas

A jovem Patience estava grávida quando foi raptada pelo grupo terrorista Boko Haram. Como centenas de outras meninas e mulheres, Patience sofreu tormentos inimagináveis. Mas houve sempre algo que falou mais alto. Algo que a ajudou a sobreviver: o amor à criança que trazia no ventre.O dia em que Patience soube que estava grávida foi o culminar de anos de preces. Há muito que a jovem pedia a Deus que lhe desse um filho. Foi, no entanto, uma alegria breve. Quando os homens do Boko Haram bateram à sua porta, Patience percebeu que o pior estava para vir. O seu marido foi assassinado sem dó nem piedade. E ela foi levada à força, rumo a um mundo de terror sem limites. Mas aquilo que mais a preocupava foi também o que a ajudou a aguentar o impossível. A suportar tudo sem perder a vontade de viver. A lutar com todas as forças: o seu bebé. Este é um relato de sobrevivência a de Patience e da sua filha contra todas as probabilidades.
Quando o Boko Haram raptou mais de 200 meninas na Nigéria, o mundo deu conta do terror em que o país estava mergulhado. Com pouco mais de 20 anos, Patience Ibrahim é uma das suas vítimas. E tem um mundo de histórias para contar.




Histórias que as mulheres contam

"As histórias que aqui se contam são reais. Nada do que aqui é posto na boca destas mulheres é inventado, nem mesmo as expressões ou os seus comentários. No entanto, não são identificáveis, é salvaguardado o seu anonimato.

Gosto de ouvir as histórias das pessoas. E acontece que geralmente as mulheres são melhores contadoras das suas histórias pessoais do que os homens. Os homens contam outras histórias, as que se situam fora deles. Mas é difícil «sacar-lhes» a história pessoal mais íntima.

Por outro lado, todas as histórias que aqui se contam estão relacionadas com a condição feminina, conduzindo muitas vezes a situações dramáticas na vida das mulheres, que são nossas contemporâneas. Para nos ajudar a todos a enquadrar estas vivências, juntei comentários, que estão num tipo de letra diferente.




O homem que salvava mulheres

O leilão começa nos 9 mil dólares. Vende-se: rapariga. Bonita, trabalhadora e virgem. Onze anos. Este anúncio retirado de um site onde guerreiros do ISIS regateiam o valor de escravas sexuais é um de muitos que Abdullah Shrem guarda no telefone.

Abdullah tinha uma vida tranquila no Norte do Iraque. Era um homem como tantos outros. Mas quando o Estado Islâmico invadiu a sua terra natal, chacinou os homens e raptou as mulheres para as usar como escravas sexuais, o pacato apicultor revelou a sua verdadeira alma. Por viajar com frequência para vender o mel das suas abelhas, ele conhecia a região como ninguém. Esse conhecimento do terreno revelar-se-ia precioso. Juntamente com uma rede secreta de ajudantes familiares e amigos, guias e até contrabandistas, Abdullah assumiu a arriscada missão de salvar todas as mulheres que pudesse, atravessando regiões devastadas pela guerra e deixando-as em locais seguros.

Esta é a história de um herói improvável. É também a história das mulheres que ele salvou. É, acima de tudo, um extraordinário exemplo de coragem, fé e humanidade. Quase toda a família de Abdullah incluindo o irmão e a irmã está ainda desaparecida. Integram a lista das 6000 pessoas desaparecidas da região.



Condenada à morte

Meriam nasceu no Sudão, em 1987. Abandonada pelo pai muçulmano, foi criada no seio da fé cristã da sua mãe. Licenciou-se em Medicina e, mais tarde, casou com Daniel, também ele cristão. Meriam nunca se considerou muçulmana. Mas, em 2013, um parente não pensou da mesma maneira e acusou-a de adultério com o argumento de que a lei islâmica não reconhece o casamento entre mulheres muçulmanas e homens cristãos. Grávida e com um filho pequeno nos braços, Meriam foi presa e chicoteada cem vezes. Nem mesmo a sua condição impediu que os maus-tratos continuassem e, no oitavo mês da gravidez, deu à luz acorrentada. Entre as paredes da prisão e em condições desumanas, nasceu Maya, a sua linda filha. Seria de esperar que tamanha crueldade quebrasse o espírito de Meriam. Mas ela não cedeu. Não renunciou à sua fé. Como castigo, os seus carrascos condenaram-na à morte. A indignação do mundo fez-se ouvir como nunca antes. De tal forma que Meriam foi libertada em 2014. Atualmente, vive nos Estados Unidos com o marido e os dois filhos. Esta é a sua história.




Ainda estou viva

A jovem Han Eun-mi nasceu na Coreia do Norte. Viu os seus pais morrerem lentamente à fome. Viu as ruas encherem-se de crianças órfãs, como ela. Sabia que podia ser presa, torturada ou assassinada a qualquer instante, sem acusação ou hipótese de defesa. Sabia que o silêncio e a obediência cega eram a sua única hipótese de sobrevivência. Tinha a certeza de que a fuga era a sua única esperança.
Para escapar à fome, Han tentou tudo. Do trabalho violento à vida nas ruas, à mercê de esmolas. Quando percebeu que as suas forças estavam a chegar ao fim, resolveu arriscar a vida e partir rumo ao desconhecido...

Em 2009, conseguiu atravessar a fronteira para a China, mas o seu calvário não terminou aí. Tal como acontece com milhares de pessoas indefesas um pouco por todo o mundo, tornou-se vítima de tráfico humano. Foi obrigada a viver com um homem chinês, que a violou repetidamente, e acabou por dar à luz o filho de ambos. Só em 2015 é que Han pôde finalmente respirar o ar da liberdade.

Tida como «desertora», conseguiu escapar para a Coreia do Sul. Esta é a sua dramática e inspiradora história. Um apelo ao mundo. Para que não se ignore a desumana realidade da vida na Coreia do Norte. As ilustrações no interior deste livro são da autoria de um artista norte-coreano, também ele desertor. As fotografias são proibidas na Coreia do Norte, pelo que as únicas provas verdadeiras da vida no país provêm de desenhos ou relatos. Estas ilustrações basearam-se nas memórias do artista e nas descrições da autora.



Vida Roubada

“No verão de 1991, eu era uma criança normal. Num segundo, tudo mudou. Durante 18 anos fui prisioneira. Fui mãe. Fui escrava.” 

A 10 de junho de 1991, Jaycee foi raptada perto de casa, a caminho da escola. Tinha 11 anos. Os seus familiares e amigos só voltariam a vê-la 18 anos depois. Durante o seu cativeiro, deu à luz duas filhas e foi escrava dos seus raptores, o casal Phillip e Nancy Garrido. Neste duro e chocante relato, Jaycee revela tudo por que passou e o que sentiu após a sua libertação de um dos raptos mais longos da história. Phillip Garrido foi condenado a 431 anos de prisão, e a sua mulher, Nancy, recebeu uma sentença de 36 anos a prisão perpétua.



sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Entrevistas | Maria Teresa Horta









A poesia é para ela uma urgência. Feminista, insubmissa e uma das poucas poetisas portuguesas a afirmar o desejo na sua escrita, Maria Teresa Horta sempre lutou pela liberdade. É autora de obras polémicas, como “Ambas as Mãos sobre o Corpo”, “Novas Cartas Portuguesas” e “Novas Cartas Portuguesas” (esta última assinada com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, conhecidas como “As Três Marias”), que escandalizaram o Portugal puritano e valeram à escritora um espancamento na rua e a quase prisão. 

Diversas vezes premiada, publica agora “Quotidiano Instável”, que reúne as crónicas que escreveu no jornal “A Capital” entre 1968 e 1972. Um quase romance, que descola da realidade para contar vida(s). E aqui nos conta em podcast algumas páginas do livro que a sua vida daria…





Kafka | A sombra do pai (2)








Pode ler a Carta ao Pai (em português do Brasil) aqui






Poucas páginas antes, o escaravelho Gregório Samsa ainda havia articulado penosamente as últimas palavras que a sua boca de inseto fora capaz de pronunciar: “Mãe, mãe”, Depois, como numa primeira morte, entrou na mudez de um silêncio voluntário, senão obrigado pela sua irremediável animalidade, como quem teve de resignar-se definitivamente a não ter pai, mãe e irmã no mundo das baratas. Quando por fim a criada varrer para o lixo a carcaça ressequida em que Gregório Samsa terminará transformado, a sua ausência, daí em diante, só servirá para confirmar o esquecimento a que os seus já o tinham votado. 

Numa carta de 28 de Agosto de 1913, Kafka irá escrever: “Vivo no meio da minha família, entre as melhores e mais amorosas pessoas que se pode imaginar, como alguém mais estranho que um estranho. Com a minha mãe, nos últimos anos, não falei, em média, mais que vinte palavras por dia, com o meu pai jamais troquei mais que as palavras de saudação”. Será preciso estar muito desatento à leitura para não perceber a dolorosa e amarga ironia contida nas próprias palavras (“Entre as melhores e mais amorosas pessoas que se pode imaginar”) que parecem estar a negá-la. Desatenção igual, creio, seria não atribuir importância especial ao facto de Kafka haver proposto ao seu editor, em 4 de Abril de 1913, que os relatos O Fogueiro (primeiro capítulo do romance América), A Metamorfose e A Sentença fossem reunidos num único volume com o título de Os Filhos (o que, aliás, só muito recentemente, em 1989, viria a suceder). Em O Fogueiro, “o filho” é expulso pelos pais por ter ofendido a honra da família ao engravidar uma criada, em A Sentença “o filho” é condenado pelo pai a morrer por afogamento, em A Metamorfose “o filho” deixou simplesmente de existir, o seu lugar foi tomado por um inseto… Mais do que a Carta ao Pai, escrita em Novembro de 1919, mas que nunca viria a ser entregue ao destinatário, são estes relatos, segundo entendo, e em particular A Sentença e A Metamorfose, que, precisamente por serem transposições literárias em que o jogo de mostrar e esconder funciona como um espelho de ambiguidades e reversos, nos oferecem com mais precisão a dimensão da ferida incurável que o conflito com o pai abriu no espírito de Franz Kafka. 

A Carta assume, por assim dizer, a forma e o tom de um libelo acusatório, propõe-se como um ajuste de contas final, é um balanço entre o deve e o haver de duas existências enfrentadas, de duas mútuas repugnâncias, pelo que não se pode rejeitar a hipótese de que se encontrem nela exageros e deformações dos factos reais, sobretudo quando Kafka, no final do escrito, passa subitamente a usar a voz do pai para se acusar a si mesmo… 

Em O Processo, Kafka pôde desfazer-se da figura paterna, objetivamente considerada, mas não da sua lei. E tal como em A Sentença o filho se suicida porque assim o tinha determinado a lei do pai, em O Processo é o próprio acusado Josef K… que acabará por conduzir os seus algozes ao lugar onde será assassinado e que, nos últimos instantes, quando a morte já se vem acercando, ainda dará por si a pensar, como um derradeiro remorso, que não tinha sabido desempenhar o seu papel até ao fim, que não tinha conseguido poupar trabalho às autoridades… Isto é, ao Pai.


SARAMAGO, José (2009). Outros Cadernos de Saramago.



Kafka | A sombra do pai (1)








Mikhail Bahktine escreveu na sua Estética e Teoria do Romance: «O objeto principal do género romanesco, aquele que o “especifica”, aquele que cria a sua originalidade estilística, é o homem que fala e a sua palavra». Creio que raramente uma asserção de âmbito geral como esta é terá sido tão exata como no caso humano e literário de Franz Kafka.

Desrespeitando certos teóricos que, não destituídos de razão, se têm insurgido contra a tendência “romântica” de ir procurar à existência de um escritor os sinais da passagem do vivido para o escrito, o que, supostamente, seria a final explicação da obra, Kafka não esconde em nenhum momento (e parece fazer mesmo questão de que se note) o quadro de factores que determinaram a sua dramática vida e, em consequência, o seu trabalho de escritor: o conflito com o pai, o desentendimento com a comunidade judaica, a impossibilidade de deixar a vida celibatária pelo casamento, a enfermidade. Penso que o primeiro daqueles fatores, isto é, o antagonismo nunca superado que opôs o pai ao filho e o filho ao pai, é o que constitui a trave mestra de toda a obra kafkiana, dele derivando, como os ramos de uma árvore derivam do tronco principal, o profundo desassossego íntimo que o levou à deriva metafísica, à visão de um mundo agonizando pelo absurdo, à mistificação da consciência.

A primeira referência a O Processo encontra-se nos Diários, foi escrita em 29 de Julho de 1914 (a guerra desencadeara-se no dia anterior) e começa com as seguintes palavras. “Uma noite, Josef K…, filho de um rico comerciante, depois de uma grande discussão que tinha tido com o pai…”. Sabemos que não é assim que o romance irá principiar, mas o nome da personagem principal – Josef K… - já ficou anunciado, tal como em três rápidas linhas de A Metamorfose, escrito quase dois anos antes, já se anunciava o que viria a ser o núcleo temático central de O Processo

Quando, transformado da noite para o dia, sem qualquer explicação do narrador, num bicharoco nojento, misto de escaravelho e de barata, se queixa dos sofrimentos imerecidos que caem sobre o viajante de comércio em geral e sobre ele próprio em particular, Gregorio Samsa expressa-se de uma maneira que não deixa margem para dúvidas: “muitas vezes é vítima de uma simples murmuração, de um acaso, de uma reclamação gratuita, e é-lhe absolutamente impossível defender-se, uma vez que nem sequer sabe de que o acusam”. Todo O Processo está contido nestas palavras. É certo que o pai, “rico comerciante”, desapareceu da história, que a mãe só é mencionada em dois dos capítulos inacabados, e mesmo assim fugazmente e sem caridade filial, mas não me parece um excesso temerário, salvo se estou demasiado equivocado sobre as intenções do autor Kafka, imaginar que a omnipotente e ameaçadora autoridade paterna terá sido, pela estratégia da ficção, transferida para as alturas inacessíveis da Lei Última, essa que, sem precisar de enunciar uma culpa concreta recolhida nos códigos, será sempre implacável na aplicação do castigo. O angustiante e ao mesmo tempo grotesco episódio da agressão executada pelo pai de Gregorio Samsa para expulsar o filho da sala familiar, atirando-lhe com maçãs até que uma delas se lhe vai incrustar na carapaça, descreve uma agonia sem nome, a morte de qualquer esperança de comunicação.

Continua

SARAMAGO, José (2009). Outros Cadernos de Saramago.



"Bichos": a arca de Noé de Miguel Torga




RTP Ensina



 http://ensina.rtp.pt/artigo/bichos-a-arca-de-noe-de-miguel-torga/




Neste primeiro livro de contos de Miguel Torga as personagens pertencem ao mundo animal e ao mundo humano. Bichos e homens revelam-se iguais nos dilemas, na luta pela sobrevivência e liberdade. No imaginário destas histórias encontramos o fio da realidade.

Na pequena arca de Noé de Miguel Torga, “há homens que são autênticos bichos, que pensam e agem como bichos, e há bichos que são seres pensantes, com sensibilidade, com alma”, sintetiza o escritor António Arnaut. Nestes contos encontramos a filosofia e a ética do autor, a sua relação difícil com Deus, o mundo agro-pastoril das terras transmontanas, região onde nasceu.



CNL | Alunos apurados: 3º Ciclo





Divulgamos os nomes dos alunos selecionados, na prova a nível de escola, no Concurso Nacional de Leitura, 3º Ciclo:



Adriana Gramaxo, 7º F
Carolina Mota, 7º A
Carolina Valente Alexandre, 8º A
Gonçalo Ferreira, 7º F



Parabéns!



Estes alunos irão agora representar a escola na Prova Municipal, que decorrerá no dia 11 de fevereiro. 


quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Fase Municipal do CNL | Obras selecionadas




As obras escolhidas para a fase municipal do CNL são as seguintes:



3.º Ciclo - Orlando e o tambor mágico, de Alexandra Lucas Coelho






SINOPSE:


Orlando tem oito anos e não consegue dizer os «éles». A mãe e o pai estão separados mas moram no mesmo bairro de Lisboa. Onde também mora Tobias, que nunca jogou futebol.

E Cláudia, que quer mudar o mundo e casar com Orlando. Ele está sempre a fugir dela.

Nesta aventura, Orlando viaja com o pai até à Guiné-Bissau, em África, e descobre que as árvores também falam e há tambores mágicos que vêm das árvores.

Esta segunda aventura da série é inspirada numa viagem que Alexandra Lucas Coelho fez à Guiné-Bissau na altura do 25 de Abril, a revolução da liberdade.



Secundário - Uma questão de conveniência, de Sayaka Murata






SINOPSE:

Keiko foi sempre estranha e os pais perguntam-se onde encaixará ela no mundo real. Por isso, quando a rapariga resolve ir trabalhar para uma loja de conveniência, a notícia é recebida com entusiasmo, até porque na loja ela encontra um mundo bastante previsível, que domina com a ajuda de um manual e copiando os colegas até na forma de falar. Mas aos 36 anos é ainda na mesma loja de conveniência que trabalha, e além disso nunca teve um namorado, frustrando as expectativas da sociedade... 

Embora Keiko não se importe com isso, sabe que a família e os amigos estão mais ou menos desesperados. Um dia, porém, é contratado para a loja um rapaz com o qual Keiko tem algumas afinidades. Não será então aconselhável para ambos um relacionamento?

Sayaka Murata, uma das vozes mais originais e talentosas da ficção contemporânea japonesa, capta brilhantemente a atmosfera de uma loja de conveniência e satiriza as obsessões que regem a sociedade contemporânea e a pressão exercida sobre as mulheres no sentido de cumprirem expectativas alheias, com o pretexto de terem uma vida "normal". 

Uma Questão de Conveniência, que venceu o prémio Akutagawa e foi traduzido em mais de vinte países, é o retrato de uma heroína deliciosa que promete ser tão memorável como Amélie Poulain. 


A data de realização será o dia 11 de fevereiro, pelas 14h30, em local a indicar.

Divulgaremos, em breve, o regulamento desta fase do concurso.